08/01/2012

Em que crêem os que não crêem - Umberto Eco

(Editora Record|2009|160 páginas|32,90 reais)

A correspondência trocada por Umberto Eco e o cardeal Carlo Maria Martini através das páginas do jornal italiano Liberal, entre março de 1995 e março de 1996, deu origem ao livro EM QUE CRÊEM OS QUE NÃO CRÊEM. Nas oito cartas desse debate público, um importante membro da Igreja e um prócer da cultura laica discutem, com liberdade dialética, os valores fundamentais do homem contemporâneo, a perspectiva do apocalipse, as tradições religiosas e o senso comum, além das restrições impostas às mulheres. Debatem, enfim, a fé.

E a todos responde, árduo e sereno, o arcebispo de Milão. A existência e a invenção de Deus, os fundamentos da ética, a mulher, o sacerdócio, a liberdade de escolha e de ação frente aos imperativos religiosos, o aborto, a engenharia genética, o respeito a vida, a idéia de fim na cultura laica e a existência ou não de uma noção de esperança comum a crentes e não crentes.

Esses são alguns dos temas debatidos ao longo de um ano por um dos mais importantes pensadores laicos da atualidade e um cardeal da igreja de Roma.

Ao diálogo entre Eco e Martini se somam os filósofos Emanuele Severino e Manlio Sgalambro, os jornalistas Eugenio Scalfari e Indro Montanelli, além do teórico de extrema esquerda Vittorio Foa, fundador do jornal Il Manifesto, e do ex-ministro e ex-secretário do Partido Socialista Italiano Claudio Martelli. Esse rico debate, travado com total liberdade dialética, resulta na reflexão dos valores fundamentais do homem contemporâneo.

Umberto Eco, autor entre outros clássicos de "O Pêndulo de Foucault" e "O Nome da Rosa", nasceu no Egito em Alexandria no ano de 1932. Laureado em filosofia na Universidade de Torino, com uma tese estética sobre São Tomás de Aquino, trabalhou na RAI e na editora Bompiani e lecionou Semiótica na Universidade de Bolonha. Como estudioso, dedicou-se à estética medieval, à arte de vanguarda e aos fenômenos da cultura de massa.

Carlo Maria Martini nasceu em Torino em 1927, ordenando-se sacerdote pela Companhia de Jesus em 1952. Em 1958 forma-se em Teologia fundamental pela Universidade Gregoriana de Roma, da qual mais tarde será reitor. Foi elevado a cardeal em 1983 pelo papa João Paulo II.

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