29/11/2011

Do Que Riem as Pessoas Inteligentes? Uma Pequena Filosofia do Humor - M.Geier

(Editora Record|2011|304 folhas|42,90 reais)

Nesta obra, o autor trata do humor como é visto e discutido pelos filósofos ao longo da história. Busca traçar a trajetória do riso na sociedade ocidental, a fim de esclarecer do que riam os filósofos célebres.

Imaginem se as obras de Platão não tivessem sido preservadas inteiramente e , em seu lugar , chegassem até nós apenas fragmentos de textos ou compilações de segunda mão, como ocorreu ao filósofo Demócrito.
Difícil saber se toda a história da filosofia ocidental seria, então, muito diferente. O fato é que possivelmente resultaria um pouco mais divertida e o riso seria muito mais do que um mero acessório na longa trajetória da cultura ocidental em busca da verdade. Este é o principal argumento do autor, linguista tcheco, que narra como o riso foi expurgado ou exorcizado pelos filósofos notáveis.

Minha Guerra Alheia - Marina Colasanti

(Editora Record|2010|288 folhas|40 reais)

Marina Colansanti  era a “guru” na minha adolescência. Os seus artigos na Revista Nova sobre a mulher, independência, liberdade sexual, foram marcantes .

Este livro contra a trajetória de Marina Colasanti, que começou em 1936 quando as tropas italianas tomaram Addis Abeda, capital da Etiópia. Ex-ator, com gosto pela guerra, Manfredo Colasanti mudou-se com a família para a cidade de Asmara, onde nasceria Marina em 1937. A menina observadora, que mais tarde se tornaria uma escritora da literatura brasileira, guardou na memória as imagens, os cheiros, os sabores e as cores da África - não só de Asmara.

Repressão e Resistência:Censura a Livros na Ditadura Militar - Sandra Reimão

(Edusp/Fapesp|2011|184 folhas|78,00 reais)

Entre 1970 e 1988, durante a última ditadura militar no Brasil, mais de 140 livros nacionais chegaram a sofrer censura prévia. A partir do estudo dos atos censórios do Departamento de Censura e Diversões Públicas (DCDP), uma pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) sistematizou pela primeira vez uma listagem das obras de ficção censuradas, além de identificar e analisar, a partir de alguns casos particulares, os mecanismos de censura utilizados.

Os resultados do estudo estão sintetizados no livro Repressão e resistência: Censura a livros na ditadura militar, de Sandra Reimão, professora da Escola de Artes e Ciências Humanas (EACH) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. O livro, que teve apoio da Fapesp na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações, será lançado no dia 7 de dezembro, às 18h30, na Livraria Martins Fontes, na Avenida Paulista, em São Paulo.

Caminhar para si - Marie-Christine Josso


(Editora Edipucrs| 2010 | 340 folhas | 40 reais)

Mediante a metodologia do livro, a interpretação das experiências de uma vida pode abrir o caminho para uma reflexão sobre a formação.

Segundo a obra, a narrativa de vida serve de fundamento ao processo de pensamento, de formação e de projeto de inserção social.

Momento presente entre a exploração dos recursos e falhas herdadas do passado e a projeção de si nos possíveis, o procedimento de narrativa de vida em formação pretende dar ao seu autor uma responsabilidade e uma implicação em sua formação e, assim, autorizá-lo a instituir-se como sujeito no devir de sua comunidade.

Virginia Woolf: a medida da vida - Herbert Marder


(Editora Cosac Naify | 2011 | 584 folhas | 61,60 reais)

Guiado pelos escritos deixados por Virginia Woolf (principalmente seus diários e cartas), Herbert Marder compôs uma biografia da autora em dezoito capítulos.

O livro concentra-se nos últimos dez anos de vida de Virginia Woolf, até seu suicídio, em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de fundamentada numa pesquisa histórica e documental, a narrativa de Herbert Marder busca ser clara e fluente.

A obra destaca a participação da escritora nos acontecimentos políticos da época, sua revolta contra a discriminação das mulheres e a interação com os amigos que formavam o

26/11/2011

Os Infinitos - John Banville


(Editora Nova Franteira | 2011 | 276 páginas | 32,90 reais)

O renomado matemático Adam Godley está no leito de morte cercado por sua família - o filho Adam, que luta para manter seu casamento com uma bela atriz, a esquisita filha Petra de dezenove anos de idade, a esposa Ursula, cujas relações com os filhos é considerada no mínimo tensa e o jovem namorado de Petra, mais interessado no pai do que na filha durante a visita.

Em torno deles pairam deuses maliciosos e irônicos, entre os quais Zeus, que tomou a forma de um velho e indesejável conhecido, e o onisciente narrador Hermes. Enquanto o velho Adam deixa para trás seus dias no plano terreno, esses seres sobrenaturais começam a causar confusão com consequências por vezes inesperadas.

Rosto no Escuro - Flávio Chaves


(Editora Livro Rápido | 2011 | 203 páginas | 30 reais)

Seria possível uma poesia atemporal? Seria possível fazer uma boa poesia com os símbolos cânones e valores de outra época que não a vida pelo poeta?

Ao ler os poemas de Flávio Chaves algum crítico poderia formular essas perguntas que não podem ser respondidas com sim ou não. Talvez o crítico lembrasse o fenômeno José Albano (tão admirado por Manuel Bandeira) que escrevia versos clássicos como se viesse antes de seu tempo, ou de Souzandrade, de período romântico, que escrevia poemas adiante do seu tempo.

Flávio Chaves é pernambucano de Carpina, filho de José Gomes Chaves Júnior e Maria de Lourdes Chaves Gomes, nasceu a 17 de outubro

22/11/2011

Ahmnat: Os Amores da Morte - Julien de Lucca


(Editora Gutenberg | 2011 | 368 folhas | 35,90 reais)

Ahmnat é uma garota egípcia que, depois de uma vida cheia de turbulências, tristezas e mágoas, assume - de forma extraordinária - a função de Morte e passa a viver entre este mundo e o além-vida. Mas ela não está sozinha. 

Logo conhecerá Destino, responsável por escrever as vidas mortais, que se surpreende ao vê-la no lugar de poderosa entidade. Destino propõe, então, um sádico jogo a Ahmnat - criará dez vidas mortais, humanos bem especiais, e tentará fazê-la se apaixonar por eles.

Se Ahmnat se apaixonar por qualquer um deles, ela volta para a Terra como mortal novamente, dando a oportunidade de

Piaf: uma vida - Carolyn Burke


(Editora Leya Brasil | 2011 | 392 folhas | 37,90 reais)

Criada entre um bordel, em uma caravana circense e em um bairro da classe trabalhadora parisiense, a cantora Edith Piaf começou a cantar nas ruas, onde foi descoberta pelo dono de um cabaré da Champs-Elysées.

'Piaf - uma vida' examina sua escalada à fama, seus casos amorosos e sua luta contra as drogas, o álcool e a doença, enquanto explora outras fontes para trazer informações sobre outros aspectos de sua vida, como os fatos de ter sido estudante de poesia e de filosofia e ter auxiliado a Resistência durante a Segunda Guerra Mundial.

21/11/2011

Os homens que não amavam as mulheres - Stieg Larsson

(Editora Companhia das letras|2010|528 folhas|31,50 reais)

O que torna um best-seller melhor do que os outros? Em primeiro lugar, a falta de um esqueleto muito evidente, em que as pontas estão amarradas demais, com nós de manual. Em segundo, personagens com mais de duas dimensões. E, por fim, a ausência de clichês e/ou modismos (como vampiros românticos ou enigmas históricos/religiosos).

"Os Homens que Não Amavam as Mulheres", do jornalista sueco Stieg Larsson, preenche bem esses requisitos. Magnético da primeira à última página, o ágil calhamaço vendeu milhões mundo afora, nas mais diversas traduções, e já está escalado para o cinema.

O sucesso é mais do que merecido. Fazia tempo que um best-seller não agradava igualmente público e crítica. A história tem elementos autobiográficos. Tal como o comunista Larsson, que foi editor da "Expo", uma revista cujo alvo era a execrável e racista ultra-direita européia, Mikael Blomqvist, personagem

Jornal Movimento - Carlos Azevedo,Marina Amaral e Natalia Viana

(Editora Manifesto|2011|336  folhas e um DVD|59,00 reais)

Além de resgatar a história dos seis anos e meio do jornal, que circulou até 1981, o livro traz documentos inéditos descobertos por uma equipe de pesquisadores. A edição ainda traz um DVD contendo os arquivos de todas as 334 edições publicadas, além de cadernos especiais, somando ao total mais de 8.600 páginas.

Periódico da oposição democrática, o Jornal Movimento contou com o apoio de 500 acionistas, entre jornalistas, intelectuais,

20/11/2011

O chamado do Monstro - Patrick Ness


(Editora Ática | 2011 | 224 folhas | 35,90 reais)

A escuridão, o vento, os gritos. Os olhos estatelados, a respiração entrecortada. É o pesadelo de novo, como em quase todas as noites depois que a mãe de Conor ficou doente. A escuridão, o vento, os gritos - e o despertar no mesmo ponto, antes de chegar ao fim. Tudo é tão aterrorizante que Conor não se mostra nem um pouco assombrado quando uma árvore próxima à sua casa - um imponente teixo - transforma-se em um monstro.

Além disso, ele precisa lidar com coisas mais urgentes e graves - o reinício dos tratamentos contra o câncer aos quais sua mãe terá que se submeter, a vinda da avó para 'ajudá-los', a permanente ausência do pai desde que ele foi morar com a nova família e a pesada perseguição na escola, da qual é vítima quase todos os dias. Tudo muito mais perturbador do que uma criatura feita de folhas e galhos.

Só que o monstro sabe que Conor esconde

19/11/2011

O Tempo e o Cão -a atualidade das depressões - Maria Rita Kehl

(Editora Boitempo Editorial|2011|304 folhas|39,00 reais)

"Há uma dívida generalizada do sujeito contemporâneo de nunca estar tão em sintonia com essa euforia que lhe é exigida"

Apesar de atender no consultório há 25 anos, faz apenas 6 que a psicanalista paulista Maria Rita Kehl começou a tratar casos de pacientes que se declaram deprimidos. Coincidentemente ou não, desde que passou a admiti-los, notou um crescimento da demanda por esse tipo de tratamento. Somados a essa experiência pessoal estão os dados. Na França, da década de 70 para a década de 80, o número de depressivos aumentou 50%. No Brasil, nos primeiros anos do século XXI, 17 milhões de pessoas foram diagnosticadas como depressivas.

18/11/2011

A Arte do Rock - Paul Grushkin

(Editora IBEP Nacional|2011|256 folhas|98,00)

O leitor poderá acompanhar, nesta obra, a viagem do historiador de rock Paul Grushkin pela coleção do diretor teatral Rob Roth, reunida por mais de 40 anos. As imagens de cartazes publicitários, capas de discos, crachás e outros itens de 'merchandising' do mundo do rock, catalogadas nas páginas deste livro, procuram despertar lembranças dos shows de rock dos anos 70, 80 e 90. Esta também é uma apresentação de algumas das produções artísticas que definiram a identidade visual de grupos e artistas musicais - Pink Floyd, Rolling Stones, Led Zeppelin, Queen, Elton John, The Who, David Bowie e Alice Cooper.

Em Algum Lugar do Paraíso - Luís Fernando Veríssimo

(Editora Objetiva|2011|184 folhas|36,90 reais)

Neste novo livro do mestre da narrativa curta brasileira, o leitor irá se deparar com situações inusitadas e questionamentos atemporais que permeiam a experiência humana.

Nas 41 crônicas selecionadas entre 350 para Em algum lugar do paraíso, todas inéditas em livro e escritas ao longo dos últimos cinco anos, Luís Fernando Veríssimo fala sobre a vida, a morte, o tempo, o amor, sempre com um ar nostálgico e repleto de reflexões acerca das escolhas feitas ao longo da existência.

A crônica que abre o livro traz Adão vivendo no eterno presente do

É tudo tão simples - Danuza Leão

(Editora Agir|2011|128 folhas|34,90 reais)

Na obra, a autora fala sobre etiqueta pós-internet, romance pós-celular e outras pós-modernidades. Com dicas para as classes emergentes sobre o que levar na primeira viagem de avião, para o filho que quer contar para a família que é gay e para as mães que estão vivendo sua segunda juventude depois dos 40, Danuza aposta num mundo sem ostentação e regras rígidas de etiqueta, em que, segundo ela, o chique é ser simples e de bem com a vida.

Eis alguns trechos do livro:

... Em um encontro, as extremidades devem estar sempre impecáveis; por extremidades, compreendem-se pés, mãos, cabeça - por fora e, se possível, por dentro...

Bipolar-Memórias dos extremos de Terri Cheney

(Editora Larousse|208 folhas|44,70 reais)

Nesta angustiante, mas esperançosa, autobiografia a autora revela as manifestações e os efeitos causados por essa devastadora doença sobre si própria e sobre aqueles que a cercavam, enquanto se debatia nas profundezas da depressão e nos picos temerários da mania. Desde as múltiplas tentativas de suicídio, noites na cadeia e exploração sexual, passando por amizades rompidas e pelo tratamento de eletrochoque, Bipolar é o retrato de uma vida vivida em extremos, uma inesquecível viagem numa montanha-russa.

Terry nos diz: “ Se você embarcar comigo nesta jornada, uma advertência é necessária: o transtorno bipolar, ou depressão bipolar, ou depressão maníaca não é uma viagem segura. Ele não parte do ponto A ao ponto B de um modo usual e gentil. É uma viagem caótica, imprevisível. Nunca se sabe qual será  a próxima etapa...”

16/11/2011

O Caso Laura - André Vianco


(Editora Rocco | 2011 | 272 folhas | 32,50 reais)

'O Caso Laura' conta a história de um detetive particular contratado para investigar os encontros que Laura mantém com um homem misterioso.

Inicialmente, as gravações das conversas da protagonista com o estranho não revelam nada de espetacular; mas quando o investigador passa a seguir o enigmático sujeito, revelações conduzem a narrativa para o desfecho.

Sobre o autor: André Vianco explora o gênero sobrenatural (vampiros, anjos e batalhas entre o bem e o mal), começou a escrever na adolescência, lançando seu primeiro livro, Os sete, aos 25 anos.

15/11/2011

O Homem que Calculava - Malba Tahan

(Editora Record|304 folhas|34,90 reais)

Malba Tahan foi o homenageado da Fliporto Criança. E através do Jornal Nativo de Porto de Galinhas, fiquei sabendo que ele nunca existiu. Era um pseudônimo e quem assinava as suas obras era  o genial professor, educador, pedagogo, escritor e conferencista brasileiro Júlio César de Mello e Souza. Um dos livros mais conhecido  é o “ O homem que calculava” lidopor diversas gerações.  Histórias curiosas a respeito desse escritor li nesse jornal editado por Roberto Pires que transcrevo abaixo.

Júlio Cesar de Mello e Souza celebrizou-se como Malba Tahan. Foi um caso raro de professor que ficou quase tão famoso quanto um craque de futebol. Em classe lembrava um ator empenhado em cativar a plateia. Escolheu a mais difícil das disciplinas, a Matemática.  Criou uma didática própria e divertida, até hoje viva e respeitada.

Exímio contador de histórias, o escritor Malba Tahan nasceu em 1885 na aldeia de Muzalit, Península Arábica, perto  da cidade de Meca,um dos lugares santos da religião muçulmana, o islamismo. A convite do

Fotos Fliporto 2011 - I



Fliporto 2011 acaba hoje. Foram 5 dias de cultura, educação, debates, filmes, ecologia, música, novidades digitais, entre outras.
Na minha opinião, a escritora árabe libanesa Joumana Hadad, que lançou seu livro "Eu matei Sherazade - confissões de uma árabe enfurecida"*, livro que descreve sua trajetória como mulher árabe que não cedeu às pressões machistas, culturais, sociais e religiosas, foi o destaque da feira, servindo de inspiração para muitas outras mulheres oprimidas pelo mundo.
Veja a primeira postagem com fotos da Fliporto 2011, realizada em Olinda-PE, na Praça do Carmo.

* leia sinopse neste blog

Joumana Hadad foi o destaque da Fliporto: aplaudida 
de pé (na foto, com Sílio Boccanera)

 Pavilhão principal

 Joseane Duque com Geneton Moraes Neto

 Espaço Sebo

 Fotografia lambe-lambe com o argentino Daniel

 Joseane com Sílio Boccanera

 Geneton Moraes Neto e Carlos Bayma

 Livraria na Fliporto

Exposição de Fotografias

13/11/2011

Liberdade Crônica - Maria Paula


(Faces Editora | 2011 | 123 folhas | 29,90 reais)

Sumário - Maria Paula por Maria Paula; Prefácio; Atitude Maria Paula; Liberte a sua emoção; Infância roubada; Paternidade e limites; Educando com amor; Pérolas aos porcos; Com o predador no cangote!; Crime e loucura; O furo da notícia; Reciclando tudo; Mãe compra; Peruas de oncinha; Diga-me com quem andas; Civilize seus trogloditas; A verdade liberta; Bussunda, nossa grande estrela; Surfando na blogstera; O Aleph; O país da construção em ruínas; Atitude Afeto - No túnel do tempo; O som e o sonho de cada um; Honrando os que já se foram; Ritual já! O melhor da vida; Mimetismos; A roda dos inocentes; O maior amor do mundo!!!; Mulheres Extraordinárias; Colinho de mãe; Os sons da alma; Uma boa noite de sonho; Tarja Preta; A lição da impermanência; Os novos papéis nas velhas famílias...; Mulher Atitude - IPL; Armadilhas do feminismo; Mamãe leoa; Espelho, espelho meu...; Musas do verão; A fagueira das vaidades; Mães e filhas da mesma geração; As mulheres e a história; Labirintos da imagem; Poder feminino massacrado; O melhor de ser mãe são os filhos; O mamasutra; Mulher desdobrável; Não se preocupe, seja feliz; Agradecimentos.

Eu matei Sherazade-Confissões de uma mulher árabe enfurecida - Joumana Haddad

(Editora Record|2011|144 folhas|29,90 reais)

Amanhã a autora estará às 19:00 hs na Fliporto conversando com o jornalista Silio Boccanera, falando sobre esse livro. Estaremos lá com certeza.

Sobre o livro, ele chegou a ser homenageado por Mario Vargas Llosa: “Um livro corajoso sobre uma mulher no mundo árabe. Ele abre os nossos olhos, destrói preconceitos e é muito divertido”.

A obra cria uma espécie de perfil que implica sobre o papel feminino na restritiva cultura árabe, tomando como alvo Sherazade, suposta heroína feminista. Mas do que isso: trata-se de uma narrativa autobiográfica que tem a literatura como um dos pontos de construção

06/11/2011

Contra um mundo melhor - Ensaios do Afeto de Luiz Felipe Pondé

(Editora Leya do Brasil|2010|218 folhas|39,90 reais)

É um grito de libertação à patrulha do bom-mocismo que encaramos hoje em dia. Não é um livro otimista ou reconfortante – mas talvez você se sinta aliviado ao conhecê-lo. Vai descobrir que não precisa gastar tanta energia tentando acreditar em si próprio, satisfazer os outros ou atingir a felicidade.  Abaixo, alguns trechos que adorei:

Tenho uma ética afinal de contas. Mas ela nada vale para quem se preocupa com ética. Mas eu, como já disse antes, não confio em pessoas éticas. Minha ética começa aqui: sempre parto do princípio de que serei um derrotado ao final, pouco importa o que eu faça. Nesse sentido, a autoconfiança tem em mim o mesmo efeito que os odores que emanam dos corpos nos necrotérios: o cheiro de um sonho risível de futuro.

Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil - Leandro Narloch

(Editora Leya do Brasil| 2011|304 folhas|39,90 reais)

Santos Dumont não inventou o avião. A origem da feijoada é europeia. Aleijadinho é um personagem literário. Zumbi tinha escravos. Essas são algumas máximas defendidas pelo jornalista Leandro Narloch em seu livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” (Ed. Leya, 319 páginas).

A pesquisa do autor, de 31 anos que já foi repórter da revista "Veja" e editor da "Aventuras na História" e da "Superinteressante", pretende desvendar algumas máximas históricas que aprendemos desde o primário com os livros didáticos. 

A primeira hipótese levantada por Narloch é que os índios já se matavam em guerras travadas internamente muito antes dos portugueses chegarem aqui. Os tupi-guaranis, por exemplo, lutavam com outras tribos para expandir seu território de norte a sul do Brasil.

Quase Memória - Carlos Heitor Cony

(Editora Ponto de Leitura|2010|280 folhas|21,90 reais|livro de bolso)

Quase memória' explora o território entre a ficção e a memória a partir das reminiscências do autor sobre o pai morto. Nele, Cony mapeia minuciosamente a relação pai e filho - os sentimentos contraditórios, as alegrias e tristezas que não se esquecem, o afeto incondicional e, acima de tudo, a cumplicidade.

No livro, o autor transformado em personagem recebe um inusitado embrulho. A chegada desse embrulho não era estranha, visto a mania constante do pai de mandar pacotes para onde quer que fosse, desde que algum conhecido, mesmo que remoto, fosse para lá.
O detalhe sinistro é que o pai de Cony, morto havia dez anos na ocasião de entrega, dessa vez tinha providenciado uma origem particular para a encomenda: o além.

05/11/2011

Diário de Luto - Roland Barthes

(Editora WMF Martins Fontes|2011|264 folhas|42 reais)

Para além da “simples generalidade edipiana” ou da “generalidade ainda mais estereotipada e vulgar homossexual que mora com a mãe”, a relação com sua mãe, para o crítico e semiólogo Roland Barthes (1915-1980), foi “um amor totalmente pessoal, um amor de grande autonomia e plenitude nos conteúdos imaginários que desdobrava”.

O testemunho do discípulo Éric Marty, num livro de memórias, ajuda-nos a dimensionar a dor de Barthes com a perda de Henriette Binger. Um pesar, diz Barthes em Diário de luto, que é “caótico, errático, e assim resiste à ideia corrente – e psicanalítica – de um luto submisso ao tempo, que se dialetiza, se desgasta, ‘se arranja’.

O diário começa um dia após a morte, vai de outubro de 1977 a

A Vida que Vivemos - Patti Davis

(Editora Larousse|2011|240 folhas|29,90 reais)

O livro trata do relacionamento entre mãe e filha, da simbiose que existe entre elas desde o nascimento. Mas pode ser interpretado como uma reflexão sobre os nossos sentimentos, sobre como encaramos o nosso dia a dia com as pessoas. Particularmente a autora pesquisou sobre o relacionamento entre mãe e filha, mas em entrevista ela fala da grandeza de se entender esse sentimento para viver plenamente os outros relacionamentos, com suas imperfeições, com seus atos e baixos, com a irritação que às vezes nos assola, com o riso que corre fácil em nossos lábios quando vivemos o amor sem reservas, sem fronteiras.

Mesmo que nossas mães tenham partido, elas nunca saem de nós.  Nossas mães estão atrás de nós no espelho, seguem nossos passos, dão tapinhas em nossas costas.

A Arte da Vida - Zygmunt Bauman


[ Editora Zahar - MCPM | 2009 | 184 páginas | R$ 34,00 ]

Esse livro apresenta uma exposição das condições sob as quais as pessoas escolhem seus projetos de vida, das limitações que podem ser impostas a essas escolhas e do entrelaçamento de planejamento, casualidade e caráter que molda sua implementação. A obra também faz um estudo de como a sociedade - a sociedade contemporânea de consumidores, líquida e individualizada - pode influenciar a forma como as pessoas constroem e narram suas trajetórias.

Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, iniciou sua carreira na Universidade de Varsóvia, onde ocupou a cátedra de sociologia geral. Em 1968 emigrou, reconstruindo sua carreira no Canadá, Estados Unidos, Austrália e Grã-Bretanha, onde em 1971 tornou-se professor titular de sociologia da Universidade de Leeds, cargo que ocupou por vinte anos. 

501 crimes mais notórios - Paul Donnelley


[ Editora Larousse do Brasil | 2011 | 544 páginas | R$ 99,00 ]

Assassinatos, de todos os tipos, estampam as páginas do livro "501 Crimes Mais Notórios". Ao mesmo tempo tensa e impactante, a ideia de reunir histórias obscuras, perversas e, sobretudo, reais, fascina e chama a atenção do público que se interessa pelo bizarro comportamento humano e busca entender as razões e circunstâncias de casos quase fantasiosos.

Não é para menos que a literatura e o cinema se baseiam em muitos dos fatos ocorridos para ilustrar o ficcional, como no caso do esquisito homicida Ed Gein. Desde criança, perturbado e maltratado pela mãe (édipo explica?), o assassino colecionava crânios e usava as peles de pessoas para produzir máscaras e enfeites para sua casa. Deste fato, o personagem perseguido no filme "O Silêncio dos Inocentes", apresenta uma dose dessa influência.

Durante os dez capítulos que compõem o livro, o autor Paul Donnelley descreve com precisão todo o cenário e os acontecimentos relacionados aos crimes. São relatos de serial killers, ladrões, massacres, crimes políticos e

04/11/2011

Um Novo Mundo: o despertar de uma nova consciência - Eckhart Tolle


[ Editora Sextante | 2007 | 272 páginas | R$ 24,90 ]

Mais do que em qualquer outra época de sua história, a humanidade tem hoje a chance de criar um mundo novo - mais evoluído espiritualmente, mais pleno de amor e sanidade. Para Eckhart Tolle, autor de "O Poder do Agora", clássico da literatura espiritual, estamos vivendo um momento único e maravilhoso: "O do Despertar de uma Nova Consciência".

Ele nos mostra que o salto para essa nova realidade depende de uma mudança interna radical em cada um de nós. Precisamos nos livrar do controle do ego, pois essa é a fonte de todo o sofrimento humano. Sob seu domínio, somos incapazes de ver a dor que infligimos a nós mesmos e aos outros.

No momento em que despertamos, o pensamento perde a ascendência sobre nós e se torna o servo da consciência, que é a ligação com

A História Secreta da Al-Qaeda - Abdel-Bari Atwan


[ Editora Larousse Brasil | 2008 | 302 páginas | R$ 49,90 ]

Abdel-Bari Atwan estará na Fliporto-2011 (Olinda-PE)

Um livro que põe fim a uma série de comentários jornalísticos que seguiram aos atentados de 11 de setembro de 2001. Leitura tanto para quem quer saber mais sobre o Oriente Médio, quanto para qualquer pessoa interessada no futuro do planeta.

Jornalista palestino, há trinta anos radicado em Londres, onde edita o jornal Al-Quds Al-Arabi. Entrevistou longamente o terrorista Osama Bin Laden em 1996. É autor de A Country of Words (inédito em português) e de A história secreta da Al-Qaeda, publicado no Brasil pela Larousse.

O fim do FED de Ron Paul

(Editora É Realizações, 2011, 240 folhas, 33,00 reais)

Estamos enfrentando o mais significativo colapso financeiro desde a década de 1930, e, em vez de uma reavaliação fundamental dos mecanismos financeiros, a solução proposta é mais do mesmo. Em O Fim do Fed, o congressista americano Ron Paul chega à raiz do problema. Em linguagem simples e clara, ele usa história, economia e sua própria biografia, da infância até o Capitólio, para explicar como, por que e para quem o Federal Reserve manipula o sistema  financeiro norte americano já faz um século – e o que se pode fazer a respeito.

“[Ron Paul] Corretamente martela o ponto crucial de que as repetidas tentativas do Fed de suavizar os ciclos econômicos e criar uma

03/11/2011

Alça de Silicone - Maria do Carmo Marini

(Editora Laser Press, 2009, 136 páginas, 29 reais)

'Alça de Silicone' busca trazer para os leitores informações sobre a atuação do coach na ampliação e realização profissional da executiva moderna. Busca também sugerir saídas simples que tornem a vida menos dura.

Chega a mostrar como o conhecimento dos dados sobre saúde, relacionamento e vida familiar, ajuda na busca do ajuste e aprimoramento pessoal e profissional, com harmonia e equilíbrio interior, melhorando o planejamento da vida e o traçado de objetivos e metas.

A vida em tons de cinza - Ruta Sepetys

(Editora Arqueiro, 2011, 240 páginas, 19,92 reais)

Lina Vilkas é uma lituana de 15 anos cheia de sonhos. Dotada de um incrível talento artístico, ela se prepara para estudar artes na capital. No entanto, a noite de 14 de junho de 1941 muda para sempre seus planos.

Por toda a região do Báltico, a polícia secreta soviética está invadindo casas e deportando pessoas. Junto com a mãe e o irmão de 10 anos, Lina é jogada num trem, em condições desumanas, e levada para um gulag, na Sibéria. Lá, os deportados sofrem maus-tratos e trabalham arduamente para garantir uma ração ínfima de pão.

Nada mais lhes resta, exceto o apoio mútuo e a esperança. E é isso que faz com que Lina insista em sua arte, usando seus desenhos para enviar mensagens codificadas ao pai, preso pelos soviéticos.