(Editora WMF Martins Fontes|2011|264 folhas|42 reais)
Para além da “simples generalidade edipiana” ou da “generalidade ainda mais estereotipada e vulgar homossexual que mora com a mãe”, a relação com sua mãe, para o crítico e semiólogo Roland Barthes (1915-1980), foi “um amor totalmente pessoal, um amor de grande autonomia e plenitude nos conteúdos imaginários que desdobrava”.
O testemunho do discípulo Éric Marty, num livro de memórias, ajuda-nos a dimensionar a dor de Barthes com a perda de Henriette Binger. Um pesar, diz Barthes em Diário de luto, que é “caótico, errático, e assim resiste à ideia corrente – e psicanalítica – de um luto submisso ao tempo, que se dialetiza, se desgasta, ‘se arranja’.
O diário começa um dia após a morte, vai de outubro de 1977 a
setembro de 1979. Sem concessões melodramáticas, abre-nos acesso ao dilaceramento pessoal, mas também à força de um pensamento que, ante o horror solitário da morte, exige a mesma autenticidade, a voz própria existencial, à luz da qual ele desmontara, em horas mais felizes, os mitos e signos da vida de rebanho na sociedade contemporânea. (CAIO LIUDVIK)
setembro de 1979. Sem concessões melodramáticas, abre-nos acesso ao dilaceramento pessoal, mas também à força de um pensamento que, ante o horror solitário da morte, exige a mesma autenticidade, a voz própria existencial, à luz da qual ele desmontara, em horas mais felizes, os mitos e signos da vida de rebanho na sociedade contemporânea. (CAIO LIUDVIK)
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