[ Editora Nova
Fronteira | 2010 | 600 páginas | R$ 47,92 ]
Depois de receber do pai um soco na cara, Lobão começou a
gritar para que saísse do quarto enquanto terminava de fazer as malas. Estava
sendo expulso de casa.
O velho não saía. Avistou, então, os dois violões em cima da
cama. Ainda pensou: "O preto ou o de nylon?". O de nylon. Pegou o
instrumento e fez dele uma clava.
Deu com força na cabeça do pai repetidas vezes. O homem caiu
no chão, arrastou-se para fora do quarto tentando fugir dos golpes, que
continuavam. Apanhava em silêncio. Ensanguentado, conseguiu chegar à escada.
Em última tacada, o filho o empurra pelos degraus. Só
sossegou porque não havia mais violão para continuar batendo. Em seguida,
chamou a irmã: "Vamos sair deste hospício". Nunca mais voltou para
casa. Tinha 19 anos.
O livro foi escrito com o jornalista Claudio Tognolli.
Enquanto o biografado ia fundo nas próprias lembranças, Tognolli fazia a
pesquisa factual: compilava notícias publicadas nos últimos 30 anos, recolhia
os inúmeros processos judiciais que Lobão teve de responder, entrevistava
outros personagens.
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