(Editora Objetiva| 2010
| Tradução: Paulo Afonso | 216 páginas | R$ 33,90)
Mark Rowlands, 49 anos, é um tipo especial de pensador
wittgensteiniano. Quase foi engenheiro, mas, reprovado, decidiu seguir seu
instinto e conseguiu um título de doutor em filosofia em Oxford. Bon vivant,
sua vida era uma festa sem fim, até que decidiu se isolar na Irlanda e escrever
livros de filosofia, alguns deles lançados no Brasil, como Tudo o Que Aprendi
Com a TV (Ediouro, 2008). A nova provocação de Rowlands é um livro original, O
Filósofo e o Lobo (Editora Objetiva), em que relata a inusitada experiência de
viver com um lobo por mais de uma década.
A principal lição que Brenin lhe ensinou não poderia ter
aprendido nos livros de Nietzsche e Heidegger, seus mentores filosóficos.
Brenin, que uivava em suas aulas quando elas se tornavam chatas, provocando
risos dos alunos, ensinou a Rowlands a não pensar como primata, isto é,
a ter
experiências não baseadas no puro interesse. "Somos mais primatas que
lobos", diz ele, concluindo que a esperteza do símio, ditada por seu
obtuso imediatismo - macacos só fazem algo se isso lhes trouxer algum benefício
- não lhe servirá de nada na hora da morte. "No final", diz ele,
"o primata sempre nos deixará na mão".
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