14/10/2011

Precisamos falar sobre o Kevin - Lionel Shriver

(Editora Intrínseca| 2007 | Tradução: Beth Vieira| 463 páginas | R$ 24,95)

A narrativa desse livro é empolgante que é quase impossível você dar uma pausa. Até o final  fiquei  em dúvida se o fato foi verídico ou não. Recomecei a ler há pouco tempo, porque para mim quando um livro é bom eu leio novamente para fixar ainda mais o que ele transmite. Abaixo um breve resumo do que é tratado no livro:

Para falar de Kevin Khatchadourian, 16 anos, o autor de uma chacina na qual matou sete colegas, uma professora e um servente num colégio dos subúrbios de Nova York, Lionel Shriver não apresenta mais uma história de crime, castigo e pesadelos americanos. Arquitetou um romance epistolar onde Eva, a mãe do assassino, escreve cartas ao pai ausente. Nelas, ao procurar porquês, constrói uma meditação sobre a maldade e discute um tabu: a ambivalência de certas mulheres diante da maternidade e sua influência e responsabilidade na criação do pequeno monstro.

Eva reexamina tudo: desde o medo de ter um filho ao parto do bebê indócil que assustava as baby-sitters. Mostra o garoto maquiavélico que dividia para conquistar. Exibe o adolescente que deixava provas de péssima índole , centrado apenas em sua coleção de vírus de computador e exercícios de arco e flecha e também a felicidade de ter, depois do primogênito, uma filha desejada e amável.

Ao sacudir o leitor entre culpa e empatia, retribuição e perdão, Precisamos falar sobre o Kevin discute casamento e carreira; maternidade e família; sinceridade e alienação. Denuncia o que há com culturas e sociedades contemporâneas que produzem  assassinos mirins em série ou pitboys. Com isso, a autora nos carrega em um thriller psicanalítico onde não se indaga quem matou. Revela quem e o que morreu enquanto uma mãe moderna tenta encontrar respostas para o tradicional onde foi que eu errei? Ao discutir a culpa na criação de um monstro, a narradora desnuda assombrada uma outra interdição atávica: poderíamos odiar nossos filhos?

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